Dado o avanço nas observações do espaço e o ritmo da exploração do
cosmos nas últimas décadas, é cada vez mais viável que os cientistas
encontrem algum indício de vida fora da Terra, afirma novo documento do
Fórum Econômico Mundial. Assim, é preciso que os países e as grandes
organizações comecem a discutir, desde já, os efeitos dessa grande
descoberta.
No relatório Riscos Globais deste ano, o Fórum lista alguns dos
"fatores X" que devem entrar na roda de debates da comunidade
internacional por terem suas consequências incertas para o futuro da
humanidade. Além da vida extraterrestre, são citados outros quatro
tópicos, como as implicações das habilidades sobrehumanas, o custo da
longevidade para o planeta, o descontrole das mudanças climáticas e o da
falta de regulamentação na geoengenharia (tecnologia usada para
controle do clima).
De acordo com o documento, é possível que, dentro de dez anos, sejam
encontradas evidências de que a vida pode existir em algum lugar do
Universo além da Terra. Se isso acontecer, o impacto a curto prazo será
centrado na comunidade científica. Grande parte do fluxo do dinheiro
mundial será colocado na construção de telescópios e novos equipamentos,
nas missões robóticas e nas viagens espaciais, além dos esforços para
que o corpo humano sobreviva às distâncias interestelares.
Mas a longo prazo, as implicações psicológicas e filosóficas serão
profundas. As especulações de que indícios químicos (oxigênio, água e
atmosfera, por exemplo) podem dar suporte à vida inteligente fora da
Terra vai abalar crenças de religiões e da filosofia humana. O relatório
afirma que, com campanhas, o público pode se preparar para esse
processo e obter um entendimento científico sobre a posição e a
importância da humanidade para o Universo.
Especialistas de mais de 20 países, reunidos para o 4º Fórum Mundial de
Ufologia em Foz de Iguaçu, no Paraná, reacenderam o debate proposto
recentemente pelo relatório.
Eles exigem a abertura de documentos militares sobre Óvnis (objetos
voadores não identificados) no Brasil baseados na Lei de Acesso à
Informação, que surgiu para abrir as "caixas pretas" do poder público. O
grupo afirma que a liberação do arquivo militar pode ser usado para
estudos científicos.
Enquanto os ufólogos não entram em acordo com o governo brasileiro, a
administração do presidente norte-americano, Barack Obama, reagiu com
bom humor a uma petição on-line para a construção de uma Estrela da
Morte, uma estação espacial bélica da saga Guerra nas Estrelas.
O pedido para que os Estados Unidos financiem a construção de uma
Estrela da Morte a partir de 2016 arrecadou mais de 25 mil assinaturas,
obrigando uma resposta oficial do governo – o mesmo site, We the People,
foi usado para tentar deportar o britânico Piers Morgan quando ele
criticou em seu programa a política norte-americana de armas após um
atirador matar 26 pessoas em uma escola.
Paul Shawcross, consultor de Obama nas questões de ciência e espaço,
respondeu que "a administração detesta destruir planetas". Para criar
uma superarma do tamanho da Lua, que é capaz de destruir um planeta com
um feixe de energia, o governo teria de gastar mais de US$ 850
quatrilhões. "Estamos trabalhando para reduzir o déficit, e não
aumentá-lo."
Além de ser extremamente caro, o plano seria um mau investimento para
os Estados Unidos. Shawcross lembrou aos fãs da série ficção científica
que a base do vilão Darth Vader é extremamente vulnerável, além de não
existir mais – no filme, o jedi Luke Skywalker destrói a plataforma
depois de atirar torpedos na saída térmica.
"Lembre-se, o poder da Estrela da Morte para destruir um planeta, ou
até mesmo um sistema de estrelas, é insignificante perto do poder da
Força", brinca o chefe do departamento de ciência e espaço no Escritório
de Administração e Orçamento da Casa Branca.
Foto 18 de 18 - 18.jan.2013
- Programa de reciclagem transforma pontas de cigarro em plástico. As
cinzas são esterilizadas e dissecadas, misturando o papel e o tabaco,
enquanto o acetato de celulose, material plástico usado no filtro, é
fundido e reciclado. Segundo o criador do projeto, o empresário Tom
Szaky, os cigarros são a principal fonte de resíduos mundial e respondem
por 37% de tudo o que as pessoas jogam fora Emmanuel Dunand/AFP
Sentado em seu escritório em Trenton, em Nova Jersey, na costa leste
dos Estados Unidos, Tom Szaky é o bem sucedido jovem presidente de uma
empresa que lançou o primeiro programa de reciclagem de pontas de
cigarro exportado ao mundo.
Segundo Szaky, os cigarros são a principal fonte de resíduos do mundo e
respondem por 37% de tudo o que as pessoas jogam fora. Como o jovem
empresário adora desafios, encontrar uma solução para reciclar esse
descarte era um dos seus três grandes objetivos de 2012, junto com o das
gomas de mascar e o das fraldas usadas. O programa de coleta de gomas
de mascar será lançado no Brasil e o de fraldas usadas, nos Estados
Unidos, explicou.
Lançado em maio no Canadá, o programa de reciclagem de pontas de
cigarro da sua empresa TerraCycle garante a coleta do material
descartado e a transformação das bitucas em plástico. O material,
depois, pode ser usado em novos produtos, como cinzeiros. O programa
também já foi levado para os Estados Unidos e a Espanha.
O princípio é o mesmo e independente do país: os voluntários, que podem
ser pessoas, empresas, organizações de defesa do meio ambiente, coletam
as pontas de cigarro e as enviam à sede nacional da TerraCycle, que
paga pelo custo do pacote. As cinzas são esterilizadas e dissecadas,
misturando o papel e o tabaco, enquanto o acetato de celulose, material
plástico usado no filtro, é fundido e reciclado.
O programa é pago pela indústria do tabaco, de acordo com Szaky. Ele
afirma que s empresas do setor ficam satisfeitas em demonstrar uma boa
ação perante a opinião pública, e os voluntários recebem pontos para
financiar projetos em escolas ou associações de caridade.
A reciclagem de pontas de cigarro não é a primeira operação lançada
pelo TerraCycle, uma empresa que há dez anos se especializou em
reciclagem e na "transreciclagem" (transformação de um produto reciclado
em algo novo e de valor superior) de sessenta maços diferentes.
Entre eles estão embalagens de sucos de fruta, garrafas plásticas,
canetas, copos de café, papéis de bombons e escovas de dentes. O sucesso
da empresa tem superado as expectativas.
"Recuperamos muito rápido mais de um milhão de cigarros. Organizações
formidáveis têm garantido a coleta, e a indústria do tabaco mostrou
tanto entusiasmo que lançou o programa nos Estados Unidos e na Europa",
comemorou Szaky.
"Nos próximos quatro meses, o programa será lançado na França, na
Alemanha, na Suíça, na Áustria, na Noruega, na Dinamarca, na Suécia, na
Finlândia e talvez no México", afirmou o jovem nascido há 30 anos na
Hungria e criado no Canadá.
Tom Szaky, cuja empresa emprega uma centena de pessoas no mundo, disse
que quer chegar em 2013 a novos países da América Latina e do leste
europeu. "Quero resolver todos os problemas de resíduos que existem,
começando pelos produtos que se pensa que não podem ser reciclados",
afirmou.
ETS,
Ciência e Epistemologia
Neste
texto iremos abordar de forma superficial a questão da base de
argumentação que muitos usam tanto para provar quanto
para negar a existência dos OVNIs e Ets. O leitor não
encontrará aqui uma literatura técnica provando ou
descaracterizando a existência dos UFOS, mas apenas um breve
arrazoado sobre o emprego de teses “científicas” nesse
debate. É muito comum que pessoas em geral despreparadas e
ignorantes do processo de geração do conhecimento
utilizem argumentos pseudo-científicos e falácias para
sustentar, senão suas idéias, seus anseios e
aspirações, dando-lhes uma capa de cientificidade.
Essas
argumentações em geral são falsas, poi8s como
esperamos ter mostrado no texto que se segue, a ciência não
tem como assegurar, do ponto de vista lógico, a validade de
suas proposições; tem sim, como assegurar que
determinada proposição é falsa, sem no entanto
poder estabelecer por meio desse processo qual seria a proposição
verdadeira.
As
referências foram omitidas em nome de uma certa leveza da
argumentação, mas o leitor interessado poderá
buscar o site The
Proceedings of the Friesian School,
onde esses temas são discutidos em
um bom nível de profundidade.
*
* *
ETS,
Ciência e Epistemologia
A
falsificabilidade das teses científicas foi um dos temas mais
bem explorados e analisados por Karl Popper, reconhecidamente um dos
maiores epistemólogos de todos os tempos. Resumindo a
questão, Aristóteles em sua sustentação
sobre a fundamentação da ciência foi
(possivelmente) o primeiro a enunciar a questão dos
princípios primeiros.
Em
síntese:
Se
para provar uma determinada proposição Z, precisamos
provar uma outra Y pela qual Z seja implicada, de que forma Y é
provada verdadeira? Isto é,
Y → Z (se Y
então Z)
Y (Y é
verdadeira)
Z (então Z
é verdadeira)
Esta
"regra de inferência" é conhecida como
"modus ponens". A questão a ser levantada é:
como sabemos ser Y verdadeira? Para tanto teríamos que
analisar de que proposição Y decorre (digamos X) e
provar X. Só que dessa forma ou entramos em um laço
infinito de provas (a Regressão de Arrazoados) ou
temos que assumir que há "proposições
evidentes por si mesmas" ou que não precisam ser
demonstradas. Certo? Errado. Nunca foi dada uma solução
satisfatória sobre como seriam provados os "princípios
primeiros" ou "verdades autoevidentes", porque há
uma total subjetividade na classificação das
"proposições autoevidentes". Na Geometria
encontrou-se um dos problemas principais. Há geometrias que
assumem que "a menor distância entre dois pontos não
é uma linha reta" e aplicam-se como uma luva à
modelagem do Universo produzida pela Teoria da Relatividade. Ou seja,
"a menor distância entre dois pontos é uma reta"
não é uma proposição provada e nem a
única possível, sobre a qual podemos basear todo um
sistema absolutamente coerente, como é o caso da Geometria
Reimaniana.
Como
ficamos? Onde está a validade das afirmativas científicas
- porque afinal de contas não são poucos os que usam a
Ciência para justificar suas teses e ao fim de tudo
é possível, por exemplo, enviar uma nave a Saturno ou
efetuar uma intervenção cirúrgica com (no
mínimo) um razoável grau de confiabilidade.
A solução para este dilema – que, entenda-se,
invalida qualquer argumentação do tipo "ciência
está sempre correta", uma vez que mostra que o gigante
apoia-se sobre pés de barro - foi fornecida por Karl
Popper.
Do ponto de vista
lógico, há uma outra forma de se trabalhar as
proposições no sistema de conhecimento científico.
É simples também:
X → Y (X implica
Y)
~ Y (Y é
falso)
~X (X é
falso)
A
ciência funciona dessa maneira. É assim que a sua
validade é estabelecida, isto é, não é
preciso cair em uma cadeia infinita de demonstrações e
nem assumir como provadas "proposições
autoevidentes". Basta que sejam falsificadas as conseqüências
para falsifiquemos os antecendentes. Isto é "se a
velocidade da luz depende do referencial considerado (X) então
é possível medir a velocidade da Terra em relação
às estrelas fixas (Y)". Como "não é
possível medir a velocidade da terra com base nas diferenças
de velocidade da luz provenientes de referenciais distintos" ( Y
é falso) então é falso que “a velocidade da
luz depende do referencial considerado” (X é falso). Essa
forma de funcionamento está baseada na regra de inferência
chamada "modus tollens". Ou seja a ciência é
validada por "modus tollens" e não por "modus
ponens".
Com
essa descoberta, os cientistas puderam então respirar
aliviados porque não seriam mais demitidos de seus empregos e
nem teriam de contratar advogados para se defenderem em processos por
falsidade ideológica., porém o dano provocado pela
descoberta (aconteceu no no Séc XX! Alguns milênios para
se descobrir isto. Popper faleceu na década de 90) já
estava infligido ao chamado Positivismo Lógico. Uma proposição
para ter algum valor na ciência precisa ter a propriedade de
poder ser provada falsa, ou seja precisa ter o potencial de ser
falsificada. Quando isto acontece, o antecedente é considerado
falso.
O
ponto é: qual é a proposição X
verdadeira? Porque dada uma proposição X, pode haver
uma infinidade de proposições que a neguem. A
conseqüência é simples: a ciência não
tem como afirmar que determinada proposição é
verdadeira; pode apenas dizer que ela não foi provada falsa e
isto é muito diferente de se dizer que "a ciência
está sempre certa". Ela não tem como saber de
fato quando está errada! O que é muito
pior. É ignorando-se este fato que muitos debates se
estabelecem e muitas crenças pessoais são tomadas por
afirmações científicas ou decorrentes “da
ciência”.. Observem que foi preciso um intervalo de tempo de
milênios para que um epistemólogo matasse a xarada da
chamada "Regressão de Razões".
Para
nós aqui, a questão é como a ciência deve
ser encarada não só no debate dos Ufos como em qualquer
outro. E observem que há muitos cientistas que estão
absolutamente ignorantes desta questão epistemológica.
Ela explica porque conviveu-se tanto tempo com a Mecânica
Newtoniana (como ferramenta de modelagem do Universo), como ela foi
destronada pela Mecânica Relativista e continuou-se a fazer
ciência como se tudo estivesse em ordem a partir daí.
Mas também entenda-se que pelo arrazoado acima, não é
justificável se assumir que a ciência seja infalível;
o que este arrazoado acima diz é que para que ela tenha valor
em suas proposições é preciso que suas
proposições sejam falsificáveis. É também
assim que se justificam as novas teorias que são formuladas,
como por exemplo a da velocidade variável da luz. Essa teoria,
que leva a um modelo cosmológico de bigbangs periódicos,
está a negar, em seus postulados a princípio básico
da mecânica relativista sobre a independência da
velocidade da luz com respeito ao movimernto do referencial onde
situa-se a fonte.
Há
uma outra questão associada aqui que é a da indução.
Quantas vezes uma proposição deve ser comprovada antes
que possa ser estendida para todos os casos? Esse é um ponto
que a ciência não resolveu até hoje. A indução
não é logicamente justificada, ou seja, não há
como se provar logicamente um resultado obtido por meio do exame de n
casos, porque não há como estabelecer se o o exame do
caso n+1 falhar e não há forma de estabelecer o valor
de n que possa garantir a veracidade do resultado obtido. Isso nos
leva a uma absoluta fragilidade das proposições
científicas baseadas na indução, porque não
sabemos quantos casos devemos examinar para considerá-las
válidas. A informática reproduz um análogo dessa
questão no chamado “Problema da Parada”.
Por
fim, entrando na questão do debate ufológico, vemos em
geral um quadro bizarro. Primeiro porque é um setor onde as
falácias são sustentadas sem maior preocupação
com o que já se conhece. Cita-se a ciência aqui e lá
sem qualquer compromisso ou respeito pelo tema e esta postura não
advém necessariamente de leigos. Pessoas absolutamente
envolvidas com o processo de geração do conhecimento
sustentam argumentos ridículos que mais evidenciam seus
desejos e aspirações pessoais, suas lutas por distinção
e lauréis do que uma busca “neutra”, “impessoal” “da
verdade”. Assim foi no evento divulgado pela Força Aérea
do México, quando OVNIs acompanharam por no mínimo dez
minutos uma esquadrilha de vigilância de fronteiras e foram
flagrados por vídeocâmeras. Decepcionados por terem sido
preteridos na investigação dos fatos (em uma situação
rara, ufólogos tiveram a primazia ao acompanhamento das
investigações e acesso as informações)
alguns c foram os preferidos) alguns cientistas tentaram simplesmente
descaracterizar o fato. Observemos que antes de mais nada, o velho
bordão da inautenticidade das evidências apresentadas
perde em muito a credibilidade, pois fica mias difícil
duvidar-se da admissão explícita efetuada por uma
instituição militar. No caso, alguns cientistas
afirmaram publicamente que o fenômeno tratava-se “raios bola”
(ou algo semelhante), “uma fenomenologia nova e inusitada a ser
estudada pela ciência”, sem se dar conta que fica difícil
aceitar-se a idéia de “raios” a seguir a trajetória
de aviões por dez minutos ou mais.
O
que infelizmente está por trás de toda essa
argumentação (pseudo)científica é
infelizmente decorrente da postura Lógico-Positivista, tão
arraiagada no pensamento ocidental, principalmente face ao
indiscutível desenvolvimento científico experimentado
nos últimos quinhentos anos. Há toda uma visão
mecanicista sobre o funcionamento do Universo, visão essa
respaldada em uma sustentação que viola toda a
argumentação que sintetizamos ao início deste
texto. Muito comum é a visão de infalibilidade da
ciência, quando acabamos de observar que é justamente a
sua falibilidade que justifica a sua própria existência
e crescimento. Sobretudo, a ciência não tem meios de
provar verdadeiras todas as proposições em que está
baseada, pode apenas atestar que determinada proposição,
até o presente momento não foi provada falsa, o que sem
dúvida já é excepcional, dada as realizações
que permite. Mas o conhecimento científico de qualquer época,
pelo visto, terá essa limitação básica e
imanente: a incapacidade de saber-se falso em algum ponto, até
que o ponto seja provado falso em algum momento.
C.N
Mais ou menos do mesmo jeito que você tenta sintonizar uma estação
radiofônica. Os cientistas também procuram captar ondas de rádio, só que
vindas do espaço. E com antenas superpotentes: os chamados
radiotelescópios, capazes de captar bilhões de sinais ao mesmo tempo.
Aí, então - no meio da chiadeira produzida por corpos celestes,
satélites e outras transmissões terráqüeas -, eles tentam encontrar algo
que se pareça com uma mensagem enviada por ETs inteligentes. Isso é
basicamente o que faz o pessoal do instituto americano Seti (sigla para
Search for Extraterrestrial Intelligence, ao pé da letra, "busca por
inteligência extraterrestre"). O problema é que nossa tecnologia ainda é
muito atrasada para captar o que poderia ser uma transmissão de
informação entre, digamos, Alpha e Beta Centauro.
O que dá para fazer é buscar por sinais que os extraterrestres teriam
enviado de propósito, como se tentassem dizer "oi, estamos aqui!" em uma
língua universal. Mas que linguagem seria essa? Para os pesquisadores
do Seti, só poderia ser a da química. Assim, os alienígenas talvez
enviassem sinais indicando, por exemplo, a presença de água em seu
planeta. Como os elementos da água vibram em freqüências específicas
(1,42 e 1,72 gigahertz), supõe-se que ETs transmitiriam mensagens para
cá usando essa faixa. Outra estratégia é vasculhar as sintonias mais
finas possíveis. Como as estrelas e outros corpos não produzem sinais
abaixo de 300 hertz, essa faixa seria uma boa pista. "Também procuramos
sinais que piscam sem parar e poderiam indicar um emissor inteligente",
diz o astrônomo Seth Shostak, do Seti. O instituto ficou famoso com o
filme Contato (1997), em que o personagem de Jodie Foster chega a usar
fones de ouvido para buscar sinais de ETs - e encontra! Mas, no Seti
real, as coisas não são bem assim.
A varredura é feita exclusivamente por computadores. E você pode
emprestar o seu. É que, para separar o joio (as interferências mais
manjadas) do trigo (sinais, a princípio, de origem desconhecida) são
necessários inúmeros cálculos. Aí que você entra. No site
setiathome.ssl.berkeley.edu dá para baixar um programa que usa o tempo
ocioso do seu computador para ajudar as máquinas do Seti a fazer esses
cálculos.
Até onde conseguimos ver no Universo?
por Alexandre Versignassi
Por enquanto, conseguimos captar luz visível até uma
distância gigantesca de 130 bilhões de trilhões de quilômetros (o número
13 seguido de 22 zeros) - ou 13 bilhões de anos-luz, se usarmos o jeito
astronômico de medir distâncias. Tudo graças aos nossos melhores óculos
para ver o céu, o telescópio espacial Hubble. O mais fascinante é que a
habilidade desse aparelho para enxergar tão longe equivale, de certa
forma, a uma viagem no tempo. Afinal, quando dizemos que uma coisa está a
13 bilhões de anos-luz, isso significa que a luz emitida por esse
objeto levou justamente 13 bilhões de anos para chegar até aqui. Por
isso, o Hubble enxerga não exatamente uma galáxia distante, mas a cara
que ela tinha muito antes de a Terra ter se formado. Pela velocidade com
que as galáxias se afastam umas das outras, estima-se que todas elas
estavam aglutinadas em um ponto microscópico que explodiu em algum
momento entre 13,7 bilhões e 15 bilhões de anos atrás. A uma distância
dessas, tudo o que o Hubble consegue ver são quasares, corpos que surgem
quando galáxias se chocam. Como a maior parte dos quasares está a pelo
menos 10 bilhões de anos-luz, isso indica que nos primórdios do Universo
as galáxias se espremiam em um espaço muito menor do que hoje, a ponto
de uma bater na outra de vez em quando. Essa constatação impulsionou a
teoria do big bang e a idéia de que o Universo está em expansão. Quando
apontamos o olhar para longe, acabamos enxergando bem mais do que a
gente espera!
O céu não é o limite
Observação do cosmo começou com as montanhas da Lua e não pára de nos surpreender
Quando: Século 17
Descoberta: Anéis de Saturno
Quem encontrou: Galileu Galilei
O italiano foi o primeiro a usar o telescópio para fazer observações
astronômicas. Com o instrumento, Galileu notou que a Lua não era lisa,
mas pipocada de crateras e montanhas. Encontrou duas luas em Júpiter,
mostrando que satélites não eram exclusividade da Terra, e viu anéis em
Saturno. "Esse planeta parece ter orelhas!", escreveu o gênio italiano
em suas anotações. No detalhe, um rabisco do próprio Galileu mostra como
ele enxergou Saturno
Quando: Séculos 18 e 19
Descoberta: Galáxias
Quem encontrou: William Herschel
O alemão Herschel enxergou manchinhas no céu parecidas com nuvens.
Batizando-as de nebulosas, ele imaginou que fossem aglomerados de
estrelas muito distantes. Herschel estava certo, mas a noção de galáxia
só seria desenvolvida pelo astrônomo britânico Edwin Hubble, no começo
do século 20. Abaixo, você vê Andrômeda, uma das galáxias estudadas pelo
alemão, em três momentos da evolução da observação astronômica
Quando: 1963
Descoberta: Quasar
Quem encontrou: equipe do National Astronomy Observatories (Estados Unidos)
Esses objetos são núcleos de galáxias com tamanho equivalente ao
sistema solar, mas emitem 100 vezes mais radiação que uma galáxia
inteira. Na representação artística da imagem maior, o quasar aparece
como o jorro de raios no meio da espiral. Mas telescópios como o Hubble o
vêem como uma "estrelona", já que o brilho do quasar ofusca a imagem da
galáxia que está em volta dele
Quando: 2004
Descoberta: Quasares mais distantes já observados
Quem encontrou: equipe do Space Telescope Institute (Estados Unidos)
Até agora, esse é o máximo que conseguimos enxergar do cosmo. No
detalhe, a imagem do telescópio Hubble mostra galáxias e quasares da
forma como eles eram há 13 bilhões de anos, relativamente pouco tempo
após o início do Universo. A foto precisou de 278 horas de exposição
para ficar pronta
Ecos da grande explosão
Satélite da Nasa conseguiu mostrar como era o universo 300 mil anos depois do Big Bang
Não vamos enxergar como era o Universo há muito mais que 13 bilhões
de anos. Esta é a época da formação das primeiras estrelas e galáxias e a
luz delas que nossos telescópios vêem. Antes disso, o Universo não
passava de uma sopa quente de radiação. Mas pelo menos tivemos uma
amostra daquela época. Na década de 90, o satélite Cobe, da Nasa,
mostrou como era o Universo com 300 mil anos de idade, praticamente logo
após ele ter surgido. A imagem mostra um "calor" de -270,7 ºC (em
vermelho) espalhado por todas as direções do Universo — as regiões em
azul eram mais frias que isso.
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